Internacional

Uma crise no fundo do mar

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Uma crise veio à tona com oito submarinos nucleares que Estados Unidos e Reino Unido venderão à Austrália.
Um lado da crise é a França, contratada pela Austrália, em 2016, para fornecer submarinos à diesel.
“Foi uma facada nas costas” — acusou o ministro de Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian.
Outro lado da crise é a China, a principal mira do acordo australiano-britânico-norte-americano, batizado de Aukus. O porta-voz da chancelaria chinesa disse que o acordo “é extremamente irresponsável”, porque evoca a Guerra Fria “e ameaça, seriamente, a paz e a estabilidade regional, além de agravar a corrida às armas e os esforços internacionais de não proliferação nuclear”.
A Europa também é protagonista da crise, abalada com o anúncio do Aukus, do qual não foi informada em mais de seis meses de gestação, “uma traição”. E Taiwan, entre todos os envolvidos, está feliz, porque mais protegido, com a militarização do Mar da China, onde já navegam flotilhas britânica e americana.
O pacto de defesa entre os três antigos aliados foi anunciado em videoconferência, centrada em Joe Biden, na Casa Branca, e com Boris Johnson numa ponta e, na outra, o primeiro-ministro australiano Scott Morrison.
“O futuro de cada uma de nossas nações depende da livre e aberta navegação pelos oceanos Índico e Pacífico, que deve florescer nas próximas décadas”, falou Biden. Ao aceitar o acordo, a Austrália se tornou alvo preferencial da China, em uma guerra, por possuir submarinos atômicos. Os segredos militares americanos, partilhados só com o Reino Unido, agora estarão acessíveis aos australianos.
A França perdeu dezenas de bilhões de dólares com o cancelamento da compra de submarinos à diesel pela Austrália. “Tínhamos uma relação de confiança, agora traída”, lamentou o chanceler Jean-Yves Le Drian. Para demonstrar seu descontentamento, a França cancelou a recepção em sua Embaixada de Washington, sexta-feira que vem, na qual seria comemorado o 240º aniversário da vitória naval francesa sobre o Reino Unido, na baía de Chesapeake, nos EUA. (capas dos jornais americanos, franceses e britânicos via kiosko.net)

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