Internacional

A programação na TV do “novo” Afeganistão

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O jogo “A Vingadora de Burka”, uma super-heroína que combate com arte marcial os bandidos que querem fechar uma escola para meninas, vai continuar sendo baixado nos celulares afegãos? E as novelas turcas? E tem ainda o show Afghan Star, com cantoras que dançam provocativamente.
Desde que o Talibã conquistou Cabul, a tv Tolo, empreendimento de um afegão e um australiano, com pessoal treinado pela BBC, incluiu um programa sobre moralidade islâmica. A surpresa, porém, é que a programação continua no ar. Há pouco tempo, um porta-voz do Talibã foi entrevistado, por uma mulher, no noticiário da Tolo — mas a âncora achou melhor fugir do país, em seguida. Um jornalista da Deutsche Welle foi caçado e não encontrado — mas um parente dele acabou sendo morto e outro, ferido, pelos talibã. Cinegrafistas e repórteres já foram espancados enquanto trabalhavam, os equipamentos sequestrados. E duas mulheres estão proibidas de assumir seus postos na rádio e tevê publicas do Afeganistão.
O jornal New York Times publicou nesta segunda-feira um apanhado dessa inesperada conquista do Talibã: jornalismo e séries de TV produzidos como no ocidente livre, durante os 20 anos de ocupação dos Estados Unidos e aliados. O que farão? Os “influencers” afegãos já desativaram as contas que mantinham no Facebook e Twitter.
O Afeganistão do Talibã, hoje, tem 60% de jovens, 25 anos para baixo, e eles se acostumaram a aulas mistas nas escolas, homens e mulheres sem burca. O que está reservado a eles já começou pelo interior: o talibã está banindo o WhatsApp e examinando os celulares.

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