Internacional

24.09.2021

China X EUA: submarinos e gargalhadas

>>> MR

(Comentário para o programa 4Ases, no Youtube)

A surpresa foi revelada em vídeo conferência do primeiro-ministro australiano Scott Morrisson com o presidente Biden e o premiê britânico Boris Johnson: “AUKUS”, as iniciais dos três países, é um novo pacto de defesa para o Pacífico e o Índico. Nele estão oito submarinos nucleares que os Estados Unidos e o Reino Unido se comprometem a fornecer para a Austrália vigiar a China.
Só que a França já tinha vendido oito submarinos a diesel para a Austrália, por 66 bilhões de dólares, e nem foi convidada para o AUKUS. O fiel e tradicional aliado ficou escanteado. Com essa trapalhada inicial e mea-culpa por telefone ao presidente Emmanuel Macron, Joe Biden iniciou sua nova estratégia de contenção da China, após a trapalhada final que encerrou os 20 anos de guerra no Afeganistão. Na ONU, tanto ele como Xi Jinping propuseram diplomacia, diálogo e cooperação na solução de conflitos, sem mais guerra fria.
A frota americana e britânica já navega no Mar da China, enquanto Xi Jinping deu um golpe de mestre em terra firme, candidatando-se ao TPP, o Acordo Transpacífico costurado pelo ex-presidente Barack Obama justamente para conter… a China — e do qual Donald Trump retirou os Estados Unidos. Fazem parte do acordo o Peru, Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Vietnã e Cingapura. Com os submarinos, cavalaria contra refugiados haitianos, Covid recrudescendo e retirada atropelada do Afeganistão, Biden afundou mais um pouco na aprovação dos eleitores, e a oposição republicana proclamou o fim da lua de mel.
A China só entraria para o TPP se aprovada por consenso, o que não deverá ocorrer. Mas Xi Jinping provocou boas gargalhadas em Washington, como contou o comentarista Tom Friedman, do New York Times.