Internacional

O REI DA CAIXA DE PANDORA

>>>

O rei Abdullah II, da Jordânia, parece, até o momento, ser também o rei da caixa do “Pandora Papers”, revelada no domingo pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, com 12 milhões de documentos. Do Brasil saíram da caixa de pandora o ministro Paulo Guedes e Roberto Campos, do Banco Central.
Além do rei jordaniano e dos dois brasileiros, há mais alguns nomes interessantes: o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, o premiê da República Checa Andreej Babis, o presidente do Quênia Uhuru Kenyatta, o presidente do Equador Guillermo Lasso e associados do premiê do Paquistão, Imran Khan, e do presidente russo, Vladimir Putin.
O rei Abdullah II criou 36 empresas de fachada entre 1995 e 2017. Através delas comprou 14 propriedades de mais de 106 milhões de dólares nos Estados Unidos e Reino Unido, inclusive uma de 23 milhões de dólares, na Califórnia, com vista para o mar. É embaraçoso para o rei comentar sua vida financeira encontrada na caixa de pandora, porque ele mandou prender no palácio seu meio-irmão, o príncipe Hamzah, que o acusou de corrupção e de incompetência, este ano.
O ex-premiê Blair comprou por 8,8 milhões de dólares uma empresa do ministro da Indústria e Turismo do Bahrain, Zayed bin Rashid al-Zayani, que possuía um prédio vitoriano em Londres. Comprando a empresa, não o prédio, que veio junto, Blair economizou 400 mil dólares em impostos. A ex-primeira-dama Cherie Blair vê uma vantagem para o Reino Unido, com a compra: o prédio passa a fazer parte do regime de impostos britânico. O que os Blair não pagaram comprando a empresa na British Virgin Islands, não o prédio, foi exigência do vendedor, que eles não sabiam ser um ministro do Bahrain.
O ministro Paulo Guedes não está sozinho: o ministro das Finanças do Paquistão, Shaukat Fayaz Ahmed Tarin, foi acusado de esconder milhões de dólares em empresas secretas em paraísos fiscais. O primeiro-ministro Khan disse que vai investigar todos os paquistaneses da caixa de pandora. O czar da Rússia, Vladimir Putin, aparece na lista através de associados, como Konstantin Ernst, CEO da principal tevê russa, dono de uma rede de cinemas do tempo da União Soviética e de propriedades em Moscou, compradas depois que dirigiu as Olimpíadas de Inverno em Sochi, em 2014.
O primeiro-ministro da Checoslováquia, Andrej Babis, é hoje o dono de um castelo no topo de Mougins, na França, perto de Cannes, comprado por 22 milhões de dólares por uma empresa de fachada. Como os Blair, ele preferiu comprar a companhia proprietária do castelo, em Mônaco, em 2018, e não só o castelo. Ele nunca declarou seu paraíso físico francês ao imposto de renda checo. Ele garante que “nunca fez nada ilegal ou errado”.
(jornais via kiosko.net)

Frentão é o portal que seleciona pra você,
a toda hora, o melhor da mídia brasileira.

Esse site usa cookies para criar uma experiência personalizada para você.
Usando esse site você concorda com nossa política de privacidade.