Internacional
22.09.2021
OS EUA TRATAM A FRANÇA COMO O IRÃ E O BRASIL?
>>> MR

Os presidentes Biden e Macron emergiram da profunda crise da venda de submarinos para a Austrália marcando, por telefone, um encontro em Roma, em outubro, durante uma reunião do G-20. A França vai enviar de volta a Washington o seu embaixador chamado para consultas em Paris, uma ruptura sem precedentes entre dois antigos aliados.
Pelas informações divulgadas na Casa Branca, Biden não pediu as desculpas que a França esperava, mas lamentou a forma que adotou em negociações com o Reino Unido e Austrália para substituir de 8 a 12 submarinos franceses a diesel, já contratados, por submarinos nucleares americano e britânico, um negócio de milhões de dólares. Seis meses de negociações, e os franceses só foram avisados no final, decisão australiana já adotada, acordo com a França descartado.
“Os dois líderes concordaram que a situação renderia benefícios com consultas abertas entre aliados em matéria de interesse estratégico para a França e Europa” — declarou o porta-voz americano. Porque a questão não é apenas venda de submarinos, mas, sim, uma estratégia para conter a China no oceano Índico-Pacífico.
O chanceler francês Jean-Yves Le Drian, na ONU para a Assembleia Geral, resumiu a crise como “uma traição de um forte aliado”. Um comissário da União Europeia para mercados internos, o francês Thierry Breton, que está em Washington, lamentou que o governo americano tenha relegado a França ao “mesmo status do Irã, da China e do Brasil”.
(Foto RFI, arquivo: Amigos outra vez? Resposta em outubro)